sábado, 14 de fevereiro de 2009

Vida

Nascemos , vivemos , morremos … 
… somos apenas marcas deixadas pelo tempo , nosso lar é no reino dos céus , cobertos pelo doce calor dos mais puros raios de sol ,banhados pelas mais cristalinas aguas! Somos as nuvens , somos o ar , somos a terra ,juntos num só , somos a perfeição enquanto Ser.

Vivemos…
Mas será que somos merecedores da dádiva que é a vida? 
Respiramos , mas não sentimos o doce cheiro a vida …
Falamos , mas não sabemos o que dizemos …
Ouvimos , mas não compreendemos …
Vemos , mas fechamos os olhos …
Renegamos a tudo o que de bom nos foi concedido, perdemo-nos em actos fúteis.
Renegamos ás nossas origens , seguimos um caminho que não foi traçado para ser o nosso , tentamos ser reis e senhores mas no fundo somos miseráveis , ignorantes presos a mentalidades superficiais . Fugimos ao que nos faz sofrer , não por sofrermos , mas por não sermos capazes de enfrentar nossos medos, fugimos , como fogo da água. Almas perdem se em actos egoístas ou ego centristas, vingança corrompe corações e olhos espelham de inveja.
Fechamos os olhos , abrimos , olhamos à volta e apercebemos que , perdemos uma vida , a única que temos , preocupados não connosco, mas em parecer bem a olhos alheios. 
Ouve, escuta, compreende, a vida é o que tu queres que seja , se quem quiseres quando quiseres ! A verdadeira beleza vem de dentro e será reconhecida aos olhos dos verdadeiros ! Não troques carácter nem desperdices personalidade com atitudes fúteis ou superficiais.

Respira, vive 

Valores

Saio à rua , olho à volta … 
Inspiro … 
 … O cheiro a terra húmida invade-me as narinas , como orvalho numa madrugada de inverno…  
Escuto …
 … pássaros “cantam” em uníssono , afinados como a mais harmoniosa das harpas … 
 … ponho os óculos de sol com um gesto firme, acendo um cigarro e abro o portão, expiro e observo o fumo dissipar-se por entre raios de sol! agacho-me, aperto os all star e sigo o meu caminho , digo bom dia ,a este e àquele mas não paro , prossigo ! Bolas … esqueci-me da chave, mas não volto atrás. Viro a esquina , putos jogam à bola, sorriu e recordo os tempos em que acordava e sai-a de casa para dar pontapés na bola com os amigos e só voltava de noite, transpirado, sujo e com fome … Guardo essa recordação com todo o carinho ,fechada a 7 chaves dentro do meu coração! Sigo em frente, atravesso a estrada sem olhar para os lados num acto não de rebeldia , mas sim de estupidez , pelo facto de já não querer saber …desço as escadas , no corrimão vejo putos deslizarem, como folhas levadas pelo vento, chegam ao fim , emitem gargalhadas , correm até ao cimo e recomeçam .. Quem os pode censurar ? quem já não o fez ? sei o que eles estão a sentir , porque eu próprio já o senti , e mais uma vez recordo com um sorriso momentos que tive idênticos aquele, passo e faço uma festinha na cabeça de um puto , num acto carinhoso, como quem diz “Aproveita, não deixes que te tirem o que de mais precioso tens , a inocência da infância , a mais preciosa dádiva” , prossigo o meu caminho, viro mais uma esquina e passo pelo mercado , olho de relance e oiço varinas com as suas vozes possantes , gritando em busca de fregueses! Sinto o cheiro a peixe , e recordo , como detestava na minha infância ali entrar com o pai ou mãe para comprar o peixe do mais fresco, e que bem me sabia aquele peixe acabado de pescar , grelhado ou cozido, tinha um sabor especial só por lá ter estado , com meus pais! esboço outro sorriso, mais uma recordação que trago dentro do meu peito. Desço um outro lance de escadas, paro no multibanco e vejo o saldo … Raios! Não tenho dinheiro, mas não fico triste nem tão pouco me aborrece , na vida , nem tudo são notas , nem tudo são saldos bancários e meus valores , não são dinheiro. Sigo em frente e desço até ao jardim, sinto o cheiro a relva cortada invadir me os pulmões , fico leve , passo o portão, viro e desço até junto do lago onde paro para contemplar os peixes , inocentes , ignorantes , nadam , mas estão felizes no seu mundo , e recordo … as tardes passadas no meio do rio , rodeados de agua e invadidos pelo cheiro a pinheiro , sentados dentro de um barco , a ver o meu tio pescar , e eu próprio a tentar , sem sucesso … tardes a passear de barco com primos, irmão ou amigos , o chapinhar na agua , as gargalhadas, toda a diversão , e ao fim da tarde a sopa da avó , quente e única como só a dela , que devorava em três tempos , com a pressa de sair para a rua e de ir andar para o meio do mato com os amigos , de ver as estrelas na escuridão da noite, e que imensas eram !! a lua fornecia a única luz que nos guiava por entre acácias e pinheiros , e juntos , com medo e excitação , olhávamos no escuro, expectantes , tão medrosos mas tão corajosos ao mesmo tempo, percorríamos Kms só pelo espírito de aventura… acordo, passaram 10 minutos desde que me perdi em mais memorias , sorri o tempo todo, a olhar para os peixes , perdido em sentimentos. . Levanto – me e subo , passo o portão e viro à esquerda … sigo em frente pelo passeio e olho a minha volta , tudo esta diferente, já não vivo num mundo inocente e bondoso, mas não me afecta… olho o alcatrão e vejo marcas brancas , paro e observo , subitamente recordo uma vez mais , momentos felizes da minha infância , em que eu e os putos da minha rua , e das ruas à volta , íamos para o meio do mato, por entre cactos e silvas, em busca de pedaços de tinta seca , que na altura pensávamos ser giz , para ver quem encontrava o pedaço melhor , para fazermos uma cirumba no alcatrão, ou uma qualquer macaca , e juntos , passávamos manhas , tardes e noites correndo, gritando, pulando , rindo…crianças inocentes desfrutando do doce sabor a mel da infância…oiço um grito e desperto, estou parado a olhar para o alcatrão, ajeito os óculos e prossigo caminho! Ando, mas sem rumo, apenas ando para sentir o prazer do facto de poder andar, ando porque amanha posso não o poder saborear …viro à direita e observo a avenida , comprida e movimentada , vou em frente , envolto nos meus pensamentos , perdido em memorias e sorrisos quando avisto uma loja, e curioso espreito!...
…- Uauuu, um diablo , já não via um aos anos, como era bom , perder horas a tentar fazer um “elevador” ou a “volta ao mundo”, lembro-me de passar dias sem comer na escola , para poupar , porque tinha visto aquele diablo lindo na loja da Dª Alice, que acabei por comprar, ohhh que feliz eu fui , andava com ele para todo o lado ,numa competição cerrada para ver quem fazia o melhor truque, ver quem mandava mais alto, como sabia bem , como nos mantinha longe de coisas más que existem num bairro social… solto uma gargalhada , meus olhos brilham e o dono da loja olha para mim como quem diz “que maluco” , mas não me importo, fui feliz e sorrio por isso . sigo em frente , passo a loja, ajeito a gola do casaco enquanto uma suave brisa toca o meu rosto , suave como pétala de rosa, inocente como uma criança . que bem sabe , é vida no estado mais puro e perfeito. continuo a andar , paro perto de um descampado outrora repleto de crianças a jogar à bola ou ao berlinde, eu uma delas , e vejo que esta vazio , são poucas as crianças que ali s encontram ,e apercebo me que as que ali se estão , são apenas as que são demasiados pobres para poderem ter um computador e estarem em casa, como a maioria das crianças de hoje em dia ,estas são as que infelizmente passam dificuldades , estão sujos e com fome ! aproximo-me , apalpo os bolsos e tiro os trocos que me restam , tenho 3 euros ! que se dane , hoje não fumo, dou o dinheiro aos putos e digo “toma, para comerem um bolo ou beberem um sumo” ,viro costas e continuo a andar, porque o fiz? Não por pena , mas sim porque a minha atitude talvez lhes transmita algum valor , e se calhar , um dia mais tarde em vez de tirar vão ter a capacidade de dar, como eu dei a eles…não me sinto boa pessoa por o ter feito, mas sinto me correcto , pois tomei a atitude que me pareceu certa. Viro outra esquina e deparo me com uma pessoa , que andou comigo ao colo, que teve tudo e agora não tem nada , andar aos caixotes do lixo , passo e digo Boa tarde, não obtenho resposta e porque? Talvez seja o orgulho ou a vergonha, não censuro ,mas também não me é possível compreender pelo simples facto de nunca ter estado numa posição como aquela…não deixo que isso me afecte e sigo o meu caminho, viro à direita , subo um lance de escadas e atravesso a estrada, arranco uma folha de uma arvore e com os meus dedos sinto a textura leve e única , criada pela natureza , fico fascinado pela existência de algo tão perfeito , que passa despercebido pelo facto de ser comum , e de ninguém reparar mais na beleza destes pormenores. Paro, sento me num muro e puxo de outro cigarro. Passa alguém de bicicleta, levo fumo aos pulmões, expiro e deixo fluir numa baforada negra, perco me de novo em pensamentos , recordo me das tarde passadas , na chamada motocross, uma espécie de mini pista de motas em terra batida , onde eu e os meus amigos perdíamos tardes a andar de bicicleta, a ver quem dava o maior salto ou fazia melhor tempo, onde nos espalhava-mos , magoava-mos, mas nunca desistíamos ..que doces eram esses momentos ! mais uma recordação. Prossigo a minha caminhada , decido voltar a casa , pesam me os pés , o meu estômago ronca pedindo por alimento … … … caminho … caminho … estou em casa, não tenho chave, mas felizmente deixei a janela aberta, por onde trepo! ... tiro os óculos , penduro o casaco e mando-me para cima da cama , enterro – me no colchão e ao olhar para a parede vejo um quadro, feito na minha 4ª classe, com um dos meus grandes amigos de infância ,uma mota dos power rangers , com uma citação por baixo que diz o seguinte:”escola é templo de amor, seara de luz e paixão, não há tesouro maior que o tesouro da instrução” … ainda hoje me lembro, ainda hoje recordo, ainda hoje leio livros , vejo documentários, e lembro me que o maior tesouro , é ser uma pessoa instruída , é falar e saber o que dizer . fecho os olhos , feliz por ter valores e ideais que nunca vou perder. 

Podes ser rico , podes ser popular, podes ser o mais lindo ou ter o melhor visual, se não tiveres valores, não és ninguém. Por : Ricardo Almeida

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Porquê?

Num banco de jardim , contemplo o azul puro e sincero do céu , Jovens na flor da adolescência e da ignorância , esboçam sorrisos de alegria , correm sobre verde relva , felizes e nada parece perturbar tal felicidade , tudo parece perfeito , singelo .Fecho os olhos , sinto o vento , o calor do sol , oiço pássaros chilrear, oiço agua correr num ciclo contínuo , tudo é tão belo , mas cá dentro ,meu coração é negro . Pergunto-me : Porque não consigo sorrir ? Porque me foge a felicidade , como agua por entre os dedos ? Será a felicidade como o vento , posso sentir mas é me impossível tê-la?
Tudo a minha volta levanta questões , como é possível ter atingido tão profundo estado de insanidade social? Tudo são questões, respostas fogem me , como uma lebre das raposas.
Quem sou eu ?
Porque eu ?

Duas perguntas , para as quais nunca tive resposta .
Desbravo por entre o cinzento , luto , sufoco , mas persisto! Com a força dos deuses luto , não deixo a chama apagar ,e quando penso que estou seguro , que já lutei tudo vem o vento e leva tudo , o mundo desmorona-se a meus pés , e volto a ser ninguém.

Porquê? Porquê …

Fugiste ...

E com um simples amo-te, desapareces … 
Foges , desapareces , e contigo levas o meu amor e a minha capacidade de acreditar , toda a minha fé , despojas-me de todo e qualquer sentimento , empurraste-me para o vazio …
Ergo os braços em busca de auxilio, mas ninguém estende a mão ,estou enterrado em areias movediças, resisto mas sou consumido e aos poucos , sufoco , cego , apago . Posso dormir , posso comer , posso sonhar , mas sem ti ? sem ti não existo , apenas sobrevivo, apenas sinto um ardor dentro do peito e na boca o amargo sabor a bílis provocado pela tua ausência , apenas suspiro, e em cada suspiro meu acrescento uma nuvem aos céus , minha mágoa é uma oferenda aos deuses, sou e sempre serei uma espécie de mártir , sofro para te sentires feliz , morro para tu viveres .
Nesta tarde de inverno , sinto os primeiros raios de sol desde há muito tempo beijarem meu rosto, mas ,não compreendo , não percebo , não aprecio esta doce dadiva ! Com uma palavra levaste tudo e deixaste me à deriva .
Pergunto – me onde errei , e talvez , o meu maior erro tenha sido amar-te com todas as forças , ter acreditado , se calhar o erro foi ter vivido demais , ter sonhado alto , e agora , aterro , sem pára-quedas vejo o chão aproximar-se e não posso , não tenho forças para resistir , o meu maior erro foi amar-te com a força de Mil Sois .
A cada suspiro meu, sinto uma faca penetrar minha carne , cada vez mais fundo, cada vez é mais doloroso, por dentro sangro , morro aos poucos , como uma flor sem água, como um peixe em terra.

Fugiste, e não vais voltar …
Sobrevivo, resta-me sofrer, e para sempre fica o Porquê?

Contigo, Sem ti

Contigo …
Fecho os olhos e tudo fica escuro , suspiro , a tua imagem permanece no meu pensamento , o teu perfume invade-me , sinto a tua alma dentro de mim … 
Olho-te nos olhos , tens um olhar doce e meigo , tranquilizante ,com a ponta dos dedos toco os teus lábios , o mundo pára , somos só nós . Toco a tua mão , envolvo-te em meus braços , sinto o doce cheiro dos teu cabelo , esboço um sorriso , estou feliz pois estas a meu lado , és minha namorada , esposa e amiga !Minha confidente . 
Meu peito junto ao teu, sinto o teu coração bater junto do meu , batem como um só, as nossas almas criam uma ligação inquebrável , invencível , inabalável somos um só. Contigo enfrento tudo e todos , tu tornas os momentos de infelicidade em momentos bons , tu transmites magia , alegria e amor , és como uma fada que entrou nos meus sonhos e me salvou . És o meu anjo protector e a luz que me guia e a cada segundo que passo sem ti sinto me perdido .
Tu dás me força , esperança , fazes me acreditar em coisas nas quais há muito perdi a fé , és o meu ar , és a minha agua , és a minha vida .Num mundo cruel tu mostraste-me o caminho da felicidade .

Sem ti…
Ando , mas em rumo , fala , mas não sei o que digo . Penso , mas no vazio , sinto mas não quero sentir , choro mas não quero chorar perco as forças e arrasto-me . Tudo fica escuro , nada faz sentido , sem ti sou apenas uma alma perdida no espaço e no tempo. Sem ti não funciono , não acredito e sufoco aos poucos . Sem ti desvaneço aos poucos , como uma nuvem . Sem ti sou frio como um iceberg .Quando não estas ,não sou ninguém ,não existo . Num momento tudo caí a meus pés ,vejo te ir e sinto me preso sem capacidades para te impedir .Um dia vais partir e eu não vou ser mais eu , não vou mais acreditar , vou te amar para sempre , no silencio, na ignorância , na tristeza .És tudo , para sempre .


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Perdido

Olho para ti , vejo te sorrir … Olho para as tuas fotos , é tudo o que me resta, isso e mágoa , sofrimento ,tristeza, subitamente…perdi-te … 

Um dia acordo , estás ausente , distante , algo se passou , e eu, incapaz , sem forças não te consegui segurar … fugis-te para perto de outro alguém , resta-me chorar , voltar a divagar . Paro , olho À minha volta, mas não vejo nada .. esta tudo escuro , sinto o vazio , não tenho mais coração… perdi-te …

Contigo foi a esperança , a vontade , a força , apenas respiro e sobrevivo À tua ausência , suspiro , sinto o sal das minhas lágrimas tocar a minha linda , mordo o lábio , baixo a cabeça e perco me num mar de lágrimas , num mar salgado que eu não queria ter de saborear                                     … perdi-te…

A minha alma desvanece, o meu coração jaz a meus pés, destroçado, partido , sem arranjo …O desespera apodera-se de mim , o medo invade os meus olhos , um zumbido preenche me os ouvidos , no estômago tenho um nó que não consigo desfazer , não com , não bebo                          … perdi-te…

Sentado na cama levo as mãos à cabeça , como foi possível? Como foste embora e não vi? Não senti nem me apercebi , apenas foste e eu estou aqui , perdido , vazio ,abro a gaveta e pego na navalha , lentamente a lamina desliza para fora da capa, pingada de lágrimas , escorregadia , inocente , olho para os pulsos , fecho os olhos e…não tive coragem , deixo a navalha deslizar e cair no vazio…Perdi-te…

Contigo foi se a inspiração, levaste a luz e o calor da minha vida , estou gelada , como um iceberg ,estou pálido , impotente , com uma estranha serenidade e ao mesmo tempo tenho a cabeça a 1000,mas não penso em nada , tudo é estranho, tudo está distorcido. Apercebo-me agora que nunca mais vou ouvir o teu sorriso , nunca mais te vou ouvir dizer “Amo-te” , o cheiro do teu cabelo nunca mais o vou sentir … levo as mãos à cara , ensopadas em lágrimas , sangro por dentro e no entanto permaneço aqui, sofrendo, desejando , divagando , perdido no mundo … Perdi-te…

Vejo te, ali , parada fitando-me com os teus olhos doces, corro para junto de ti, entendo a mão mas , desvaneces como uma névoa , acordo , era tudo um sonho , por momentos tudo voltou a ser mágico mas a realidade abate-se de novo sobre mim , o medo apodera-se de mim e olho para o tecto escuro , oiço a chuva , não me mexo apenas vegeto , olho À volta , tudo se desvanece , tudo se perde , caio no esquecimento , sou apenas uma alma perdida                                                 …perdi-te…
Sinto a tua falta , não consigo respirar , em ti morro aos poucos . Rezo , imploro , rogo aos deuses para te ter , uma vez mais perto de mim , preenches o vazio que há em mim sem ti nada mais me importa, nada mais tem valor … num acto egoísta, subo uma cadeira , uma corda cobre o meu pescoço, empurro a cadeira com um pontapé, e ali estou eu , não resisto, nem tento voltar atrás ,estou ali impávido e sereno , calmo como um bebé quando dorme , tenho os olhos abertos e preenchidos pelo vazio ,estou gelado . Subitamente tudo ficou calmo , toda a dor partiu , não sofro mais …resta-me seguir a luz e finalmente tenho a tranquilidade que sempre precisei, e lá em cima rezo por ti, protejo-te e vejo te ser feliz                                                                                               … perdi-me…


Estou a caminho, lar doce lar

Acho que sou um sonhador , o meu coração fugiu, estou a caminho , lar doce lar ...

O meu coração é um livro aberto , onde o destino escreve cada letra com sangue brotado em forma de lágrimas , cada palavra cravada em sentimento , estou a caminho , lar doce lar...

Em minha mente , uma sinfonia de sentimentos toca , sinto me baralhado , ofuscado por um mundo negro , denegrido por uma sociedade superficialíssima , penso na tua beleza, tão pura que não merece ser tocada, estou a caminho , lar doce lar ...

Meu corpo borbulha num formigueiro incessável, saio porta fora, corro sem parar , sinto inocentes gotas de agua provenientes de chuva grosseira tocarem meu rosto, um estranho arrepio percorre a minha espinha, a saudade , o desespero , estou a caminho , lar doce lar…

À beira de um penhasco contemplo o mar , oiço as ondas , sinto a natureza, eu sou as ondas , eu sou o sol , eu sou o vento , eu sou tudo e no entanto não sou nada, estou a caminho , lar doce lar…

Jazo deitado , impávido e sereno contemplo o meu corpo, subindo alto ,perdendo me nas nuvens passando a atmosfera e divagando no universo frio e longínquo ,estou a caminho, lar doce lar…

Estou a caminho ,lar doce lar, és tu , universo.